Caminhos do sangue: da doação à transfusão
Conheça os caminhos percorridos pela bolsa de sangue logo após a doação até chegar aos hospitais
A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) distribui, diariamente, componentes sanguíneos para 39 unidades de saúde da capital, além de 54 cidades do interior. Somente em 2021 foram distribuídos mais de 23 mil litros de sangue no Amazonas.
Entre a coleta e a distribuição do sangue existe um rigoroso processo de controle de qualidade e segurança. De forma geral, as bolsas de sangue são utilizadas para o tratamento de pacientes com câncer, doenças do sangue, vítimas de acidentes, cirurgias de emergência, cirurgias cardíacas e outras complicações de saúde.
“Todos os dias centenas de pessoas necessitam de transfusão de sangue. E o Hemoam é o único órgão do Amazonas responsável por essa política, que regulamenta desde a coleta até a transfusão, toda essa atividade acontece graças a um ator principal, o doador de sangue”, disse a diretora-presidente do Hemoam, Socorro Sampaio.
De acordo com a diretora, no Estado são realizadas uma média de 235 transfusões diariamente, sendo que 96% ocorrem na capital e 4% no interior.
Hemocomponentes – Antes do sangue ser transfundido no paciente, o produto passa por uma análise sorológica e também é fracionado. Uma única bolsa se transforma em três: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e/ou crioprecipitado. Esses produtos do sangue são chamados de hemocomponentes.
Isso permite que mais de uma pessoa seja beneficiada com uma única doação. “Cada um desses produtos possui utilidade específica e são usados conforme a necessidade do paciente”, explica a gerente de Fracionamento do Hemoam, Maria José Coelho.
Destino final do sangue – Após passar pelo processo dentro do Hemoam, o sangue passa a ser distribuído para unidades de saúde conforme demanda.
O Hemoam é o maior consumidor de bolsas sangue do estado do Amazonas, tratando centenas de pacientes com leucemias, anemias, hemofilias e outras doenças do sangue. Ao todo, são necessárias 981 unidades de componentes de sangue por mês para realizar os procedimentos.
Em segundo lugar no ranking está o Hospital 28 de Agosto, que necessita em média de 650 bolsas por mês. As bolsas são utilizadas para vítimas de acidentes, cirurgias de emergência, complicações de saúde e demais procedimentos cirúrgicos.
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) aparece em terceiro na lista de maiores consumidores de hemocomponentes do Estado, com média mensal de 630 bolsas destinadas ao tratamento de pacientes com câncer.
Outro que é referência no Amazonas para cirurgias cardíacas, o Francisca Mendes é um dos hospitais que realiza um grande volume de transfusões de sangue. Um único paciente de cirurgia cardíaca consome em média 16 bolsas de concentrado de hemácias, por cirurgia. Em média, são necessárias 571 unidades de hemocomponentes por mês para realizar os procedimentos.
Finalizando o ranking dos que mais consomem sangue do estoque do Hemoam está o Hospital João Lúcio, que atende muitas ocorrências de acidentes, cirurgias de emergência e cirurgias gerais, consumindo cerca de 550 bolsas mensalmente.