Mês da Mulher: coordenadora do PNI no Amazonas está há 27 anos à frente de campanhas de vacinação
Enfermeira Izabel Nascimento atua em campanhas de imunização desde a luta contra a poliomielite, na década de 1980
No mês dedicado às mulheres, uma profissional de destaque da rede pública de saúde é a enfermeira aposentada Maria Izabel Nascimento, que há 27 anos é coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Amazonas, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). A vida dela é dedicada à saúde da população desde a luta na campanha de vacinação contra a paralisia infantil (poliomielite), na década de 1980, trabalho que, atualmente, lhe permitiu vacinar os netos, no combate à pandemia de Covid-19.
Izabel Nascimento foi uma das primeiras mulheres a se tornar gestora de unidade de saúde no estado. Em pouco tempo, assumiu a missão de ser a primeira e até então a única coordenadora do PNI no Amazonas.
“Faz bastante tempo. Eu me formei como enfermeira em 1975 e já ingressei no serviço público. Neste ano eu estou completando 27 anos ininterruptos de programa de imunização. Mas também fui diretora do Centro de Saúde Megumo Kado, fui diretora do Centro de Saúde do Morro da Liberdade. Então, é uma trajetória muito longa, e todo este período dedicando a minha vida para a saúde da nossa população”, iniciou a coordenadora.
A profissional conta que assumiu a coordenação com poucas vacinas disponíveis à população, mas que hoje são 14 vacinas que chegam a grandes distâncias do estado, alcançando também indígenas e ribeirinhos. Izabel participou de grandes campanhas de imunização, como a de combate a paralisia infantil – poliomielite, contra o sarampo e agora contra a Covid-19.
“Eu sempre busquei isso. Desde as nossas campanhas nos anos 1980, correndo atrás das crianças, por causa da vacina contra a paralisia infantil. Implantamos todas as vacinas do programa de imunização, porque quando eu assumi aqui eram poucas as vacinas que eram oferecidas à população. Agora, nessa campanha da Covid, eu tive a oportunidade de vacinar meus netos. Isso aí foi massa, mãe, foi mil”, contou.
Reconhecimento – Ao longo da carreira a enfermeira recebeu diversas homenagens, mas a primeira já veio com reconhecimento internacional, concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que atua como escritório regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as Américas.
“A minha primeira homenagem veio em nível internacional, da Opas, depois eu recebi a nível nacional. Então, eu recebo, recebi ao longo de todos esses anos um reconhecimento pelo meu trabalho. A gente nem espera. Se você pegar o nosso livro do programa de imunização, nosso manual dos 40 anos do programa de imunizações, estou eu, única coordenadora lá no manual, no livro lá dos 40 anos do programa”, disse.
Ela afirma que não esperava pelos reconhecimentos, pois está apenas cumprindo o seu dever e fazendo o que gosta. “É uma trajetória grande daquilo que você fez e você vê resultado. E eu pessoalmente nunca esperei nada disso. Então, estou fazendo simplesmente o que eu tenho que fazer. É meu dever e eu faço, eu faço o que eu gosto”, disse Izabel.
Pela saúde – A coordenadora das campanhas de imunização ainda convoca a população para se vacinar e, principalmente, vacinar seus filhos. Isso porque a pandemia acabou reduzindo a cobertura vacinal contra muitas doenças, e a da vacina contra a Covid-19 ainda não alcançou metade das crianças de 5 a 11 anos.
Ela cobra dos pais responsabilidade por seus filhos e pelas pessoas ao seu redor.
“Está faltando exatamente que a população assuma aquilo que é um dever seu: cuidar da sua saúde. A população precisa da consciência do dever, da obrigação de tomar conta de si e de todos aqueles que estão ao seu redor. Vacine seu filho. Vacinas salvam vidas e ele merece ser salvo!”, pediu Maria Izabel.