Governo do Amazonas fomenta cadeia produtiva da castanha-do-brasil, em Tapauá
Castanheiros e também uma agroindústria de Tapauá (distante 449 quilômetros de Manaus), que recebem apoio com políticas públicas e assistência técnica da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), receberam nesta segunda-feira (08/02) o repasse de microcrédito no valor de R$ 1.028.928,00 do Governo do Amazonas, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).
O crédito está sendo repassado a 13 castanheiros situados na região de Abufari, assim como à Agroindústria Abufari. Outros 22 castanheiros já entraram com documentação que os habilita a também receber o benefício.
Os recursos levam apoio a cem famílias que garantem o fornecimento de castanha à Usina Abufari. A agroindústria também faz parte de programa governamental de crédito para expansão de suas atividades, ainda em 2021, e recebe também apoio com capital de giro para suporte da unidade de beneficiamento no processo de preparo, compra e comercialização da castanha-do-brasil, produto nobre no Brasil e no exterior.
Em pleno período de pandemia provocada pelo novo coronavírus, o município de Tapauá reforçou sua imagem como um dos maiores produtores de castanha-do-brasil, a partir do início das atividades da empresa Abufari Coleta e Beneficiamento de Produtos Florestais Ltda., em agosto de 2020.
Comemoração – O líder da comunidade e presidente da Associação de Produtores de Castanha de Abufari, Raimundo Rabelo de Oliveira, conhecido como Louro do Abufari, comemora este financiamento para os castanheiros locais e também para a agroindústria.
“Há mais de 30 anos estou aqui e nunca tivemos registro de um incentivo deste tipo diretamente para os produtores de castanha da região. Hoje é motivo de comemoração, porque estamos também nos libertando das amarras dos atravessadores, e podemos pensar em manter nosso sustento no período de entressafra sem comprometer nossos ganhos ou sofrer perda de valores em nossa produção”, afirma.
Raimundo Rabelo avalia que a instalação da usina em Tapauá contribuiu muito também para essa evolução no segmento castanheiro em Abufari. “Porque existe um compromisso de aquisição de nossa produção a preços reais de mercado, e isso nos dá garantia de cumprir com nossos compromissos assumidos agora diante do Governo do Estado, via Afeam”, lembrou.
Produção mensal e expansão – Desde o início oficial de suas atividades comerciais até janeiro deste ano, a Abufari Produtos Amazônicos já produziu 30 toneladas de castanha-do-brasil industrializadas, comercializadas nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No mesmo período, cerca de 140 toneladas de castanhas foram entregues pelos produtores rurais à empresa. A partir de março, a empresa espera dobrar a produção mensal.
O empresário e administrador da usina, Leonardo Baldissera, revela que, com a nova linha de crédito destinada à empresa, será viabilizado o projeto de expansão que fará com que a castanha industrializada em Tapauá chegue também aos mercados de Minas Gerais, Distrito Federal e Bahia, além de reforçar sua atuação onde já tem sucesso nos negócios.
“Existe toda uma cientificidade no processo, que resultou em produtos de excelente qualidade, após intenso período de treinamento de pessoas, tanto no campo como na fábrica. Uma novidade na vida nos castanheiros locais, cujo sucesso se deve à atuação presencial de técnicos do Sistema Sepror, que estiveram na área de coleta levando seu conhecimento, o que contribuiu muito para uma dinâmica de produção e qualidade que hoje se pratica em nossa empresa”, destacou.
Reaproveitamento – Durante o processo de industrialização, o produto passa por um processo de classificação que leva ao descarte de considerável quantidade de castanhas impróprias para o consumo humano. Este descarte é doado pela empresa para produção de ração de peixes e suínos, além de adubo de plantações.