Executivas incentivam liderança feminina no mercado
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em meados dos anos 70, o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, representa a luta histórica das mulheres em busca pela igualdade de gênero. A reivindicação por igualdade salarial se transformou em um movimento poderoso e que, hoje, mostra a determinação e a luta pela representatividade feminina contra o machismo e a violência que, infelizmente, ainda se fazem presentes no dia a dia.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres ocupavam 39,3% dos cargos de liderança no país em 2022. De acordo com a análise feita nos últimos anos, há uma menor proporção de mulheres em alguns setores como transporte, armazenagem e correio, indústrias extrativas, e no setor de agricultura, com somente 15,8%.
Jennifer Chen, por exemplo, já foi modelo internacional e hoje atua no mercado financeiro e de agronegócio. Após experiência na indústria da moda, passagem pelo mercado de luxo e no ramo imobiliário, a empresária direcionou seu foco para a esfera financeira empresarial e se tornou CEO da JC Capital, empresa que atua no mercado nacional e internacional por meio da captação de investimentos para setores como tecnologia, hotelaria, infraestrutura e construção civil e, principalmente, para o agronegócio.
Há pouco tempo, a empresária intermediou uma parceria entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo de São Paulo com a ABAG, iniciativa para viabilizar investimentos em tecnologia e inovação para o agro. “É importante falarmos sobre a importância da representatividade feminina para que as mulheres alcancem posições que, por causa do preconceito no mercado corporativo, não ocupariam”, ressalta.
Mulheres presentes na tecnologia, marketing de influência, áreas fiscal, contábil e financeira
Um levantamento da Serasa Experian revelou que 70,8% das mulheres entrevistadas acreditam que a tecnologia é a profissão do futuro. No entanto, a mesma pesquisa mostra que somente 9,4% das mulheres disseram ter vontade de trabalhar na área. Pensando em mudar esse cenário, Sylvia Bellio, especialista em cibersegurança e CEO da itl.tech — empresa eleita por quatro anos consecutivos o Canal de Vendas Dell Technologies —, que é defensora da participação da mulher na tecnologia, lançou uma série de livros que trazem relatos de empresárias, executivas de grandes empresas como, por exemplo, Microsoft, Oracle e Intel.
O quarto volume da obra, intitulado “TI de Salto”, chega às lojas no Dia Internacional da Mulher (8) e irá destacar 28 mulheres, incentivando a diversidade e a inclusão de mais grupos na área de TI, como pessoas pretas, público LGBTQUIAP+ e pessoas com deficiência (PCD).
Empresa de soluções inteligentes tem mais de 70% do quadro composto por mulheres
Regina Calil, Vice-presidente da Bravo, empresa especialista em soluções inteligentes da transformação digital das áreas fiscal, financeira e contábil, descobriu a paixão pela tecnologia aos 15 anos de idade e, até hoje, vislumbra as possibilidades que ela pode proporcionar.
“No mundo corporativo, para uma mulher, há uma dose extra de dificuldade para poder se estabelecer como profissional. A Bravo tem mais de 10 anos de experiência e, hoje, tem 70% de participação feminina nos cargos de liderança. Esses dados são muito disruptivos para uma empresa que atua com tecnologia e em um segmento mais masculinizado”, ressalta.
Outro exemplo de liderança da Bravo é Karen Miura, a primeira CVO do mercado financeiro no Brasil. A executiva é uma das principais profissionais da área de soluções inteligentes e transformação digital nos setores fiscal, contábil e financeiro. “É disruptivo ser uma mulher na posição de CVO e é disruptivo ver uma CVO em uma empresa de tecnologia na área tributária”, afirma.
Além de contar com passagens em diversas companhias em posições C-Level, tem formação nas principais universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP), e estrangeiras, como a Harvard University. Sobre o novo cargo de CVO na Bravo, Karen se apresenta animada com o desafio e destaca que seu papel será guiar a companhia diante o cenário de profundas mudanças causadas pela Reforma Tributária.
Por outro lado, já no marketing de influência, Heloisa Castro, Head de Influenciadores da EPIC Digitais — empresa que atua no mercado de economia criativa —, comenta que no Brasil, pouco mais da metade dos gamers são mulheres, mas ganham 20,8% menos que os homens. “Além de passarmos por episódios de assédio, também precisamos lidar com a pressão estética em torno da área, um problema que gera diversos debates na rede todos os dias”, afirma.