Verão amazônico: como evitar que calor estrague medicamentos em casa
Com as altas temperaturas do verão amazônico, é crucial garantir que os medicamentos mantidos em casa sejam armazenados de maneira adequada, para manter sua eficácia e segurança. Guardar corretamente é especialmente importante para os remédios mais sensíveis ao calor, que podem perder potência ou até se deteriorar se não forem mantidos nas condições adequadas.
Vale ressaltar que cada classe de medicamentos – antibióticos, analgésicos, anti-histamínicos, dentre outros – tem suas próprias necessidades no que diz respeito ao armazenamento adequado. Há aqueles que precisam estar sempre em local refrigerado e outros que podem ficar em ambientes com temperatura e luz naturais.
“Para saber a temperatura adequada para os medicamentos, basta verificar qual a orientação do fabricante na bula. Normalmente, comprimidos, drágeas, soluções, elixires, ficam dentro de 15 °C a 30 °C”, explica a supervisora farmacêutica da rede Santo Remédio, Maria Eliza Pinheiro.
Neste processo de cuidado com os fármacos, é importante ter atenção a sinais de que o medicamento já está comprometido em razão do calor. “No caso das drágeas ou cápsulas, a coloração muda e normalmente solta um líquido, fica com um aspecto de melado. Quando é comprimido, geralmente muda a coloração também. Vai de um branco para uma cor quase bege. Já os termolábeis costumam ficar mais leitosos, pastosos”, orienta a especialista.
Quem vive em cidades da Amazônia brasileira sabe que a temperatura no verão pode passar facilmente dos 30 °C, com sensações térmicas ainda maiores que isso. Nesse caso, se a bula do medicamento indicar um limite que está sendo ultrapassado pelo clima, o ideal é procurar um lugar mais ameno para guardar o remédio.
“Quando isso ocorre, o melhor a se fazer é deixar esses medicamentos (que não podem ficar no calor extremo) na gaveta inferior da geladeira. Esse espaço costuma ter uma temperatura entre 17 °C e 20 °C, diferente da porta, onde há mais variação de temperatura, e na parte de cima, onde pode já ser muito frio para alguns remédios”, explica a farmacêutica.
Outro lembrete importante é que a maioria dos medicamentos deve ficar em locais frescos e secos. Por isso, o armário do banheiro não é indicado, já que este cômodo da casa costuma ter alta umidade. É possível também comprar recipientes hermeticamente fechados (vedados) e resistentes ao calor. Eles são ideais para locais em que a temperatura pode facilmente ultrapassar o limite recomendado para o remédio.
Automedicação
Outro alerta importante feito por Maria Eliza Pinheiro é o cuidado com a automedicação. Um estudo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), divulgado em 2022, revelou que 89% dos brasileiros já tomaram ou tomam remédio por conta própria, sem indicação profissional.
“Esse é um tema de muita atenção. As pessoas precisam entender que ter medicamentos em casa é algo para te socorrer pontualmente. Não é para incentivar a fazer uso das medicações a qualquer momento, para qualquer pessoa e de qualquer forma. Os remédios exigem uma série de orientações que precisam ser seguidas durante os tratamentos e podem ser obtidas por meio de profissionais de saúde”, afirma a farmacêutica.
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