Amazonas será um dos beneficiados com a construção do porto de Chancay
Em entrevista, o secretário da Sedecti, Serafim Corrêa, afirmou que o novo porto peruano abre porta para comércio entre América do Sul e China
A consolidação do Porto de Chancay, no Peru, construído pela empresa chinesa Cosco Shipping, vai favorecer toda a Amazônia, segundo o titular da Secretaria do Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, afirmou, em entrevista, no programa Dia a Dia, da Rede Onda Digital. A obra, conforme ele, está prestes a se tornar uma das principais vias para o intercâmbio comercial entre a América do Sul e a China, como uma via de mão dupla.
“Os grãos que estão saindo do Norte de Mato Grosso via Itacoatiara, em vez de descer o rio Amazonas, podem subir e sair pelo oceano Pacífico, que o ganho de deslocamento vai ser maior, logo este porto no Peru que os chineses estão construindo vai ser a obra de infraestrutura mais importante para a Amazônia, embora fora da Amazônia, isso vai mudar toda nossa relação interna e a nossa logística vai ser significativamente melhorada em função disso”, destaca.
Serafim explicou que o porto de Chancay vai mudar a logística e que um dos mais beneficiados vai ser o do Amazonas. Ele conta que o governador Wilson Lima está atento à novidade, assim como todos os governos da Amazônia estão antenados e na torcida para que isso ocorra o mais rápido possível.
“Hoje, as nossas exportações de milho foram maiores pela hidrovia do rio amazonas, do que pelo porto de Santos, aí contemplando o que saiu pelo porto de Itacoatiara, pelo porto de Santarém e mais dois portos que tem abaixo de Santarém, todos eles altamente rentáveis, porque dão uma economia de frete muito grande nas exportações, agora imagina saindo pelo oceano Pacífico, aí que vai ser muito maior”, declara.
Ciência e Tecnologia
O secretário Serafim pontuou também os atrasos que o Brasil enfrentou por muitos anos em Ciência, Tecnologia e Inovação, mas que agora são feitos investimentos e que para ele é necessário acelerar processos.
“Há 100 anos nós perdemos a batalha da borracha por falta de ciência, tecnologia e inovação. Nós não podemos perder de novo no século XXI esta batalha”, explicou ele que uma série de fatores são decisivos para o Brasil, mas principalmente para a Amazônia.
Serafim destacou que o mundo inteiro tem olhos para o Brasil por conta das questões climáticas, mas que as novas tecnologias começam a chegar e citou como exemplo, em Manaus, as baterias de carros e ônibus elétricos, que estão sendo fabricadas no Polo Industrial de Manaus.
“Eu acho que devemos propagar mais daquilo que está acontecendo, precisamos acelerar mais este processo, porque se não vamos perder a competição para os chineses de uma forma ou de outra. Pode colocar barreiras alfandegárias, tributos altos, não tem problema, eles produzem tão barato que eles vão conseguir inundar o mundo. Qual é a vantagem que eles e a Coreia têm sobre nós? É que eles investiram em ciência, tecnologia e inovação em décadas”, revela.