Junho Laranja: mitos e verdades sobre medicamentos e anemia
Cansaço generalizado, falta de apetite, palidez na pele e dificuldades de aprendizagem. Esses são alguns dos sinais que podem levar a uma suspeita de anemia. A síndrome é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo da hemoglobina no sangue está abaixo do normal por carência de um ou mais nutrientes. É o caso da falta de zinco, vitamina B12, proteínas, e o mais comum, o ferro – essa última chamada anemia ferropriva. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a estimativa é que 90% das anemias sejam causadas por carência de ferro.
Esse nutriente é essencial para a fabricação de células vermelhas no sangue e no transporte de oxigênio para as células do corpo. Por isso, essa e outras formas de anemia são o alvo da campanha ‘Junho Laranja’, celebrada neste mês para promover informações e separar o que é mito e o que é verdade em relação a essa condição de saúde.
Vale lembrar que, além de diferentes tipos e causas, as anemias podem ter também diferentes níveis de intensidades. Por isso, ao suspeitar de um quadro anêmico, o primeiro passo deve ser procurar um profissional médico que possa indicar exames laboratoriais para confirmar ou afastar a possibilidade da condição. Se a anemia estiver presente, o especialista pode indicar os tratamentos adequados, evitando opções pouco efetivas ou sem funcionalidade.
Existem diversos tipos de anemia. A ferropriva, a aplástica, a hemolítica e a falciforme são apenas alguns exemplos. Por isso, o tratamento vai depender do diagnóstico de cada uma.
“Na maioria dos casos, a alimentação bem variada, associada ao uso de medicamentos, nos permite aumentar o ferro e a vitamina B12, melhorando a circulação do sangue. Já casos extremos podem necessitar a transfusão de hemácias, embora seja mais raros”, explica a farmacêutica Maria Eliza Pinheiro, supervisora da rede Santo Remédio.
Ela destaca que, além do médico, o paciente tem à disposição o farmacêutico, que tem o papel de dar as informações corretas referentes ao tratamento, incluindo dosagens e horários corretos. Esse profissional está sempre ao alcance de quem precisa, visto que toda drogaria deve manter um farmacêutico em todo seu horário de funcionamento.
Mitos e verdades
Assim como acontece com outras condições de saúde, o tratamento da anemia é cercado por crenças que podem atrapalhar sua cura efetiva. Daí a necessidade de aproveitar a campanha Junho Laranja para esclarecer algumas delas. “Orientações erradas podem prejudicar o tratamento, prolongando ou até piorando os sintomas da síndrome”, orienta Maria Eliza Pinheiro.
Beterraba cura anemia (mito) – Embora contenha ferro, que costuma ser o mais deficiente nos casos de anemia, o vegetal não possui quantidade suficiente do nutriente para gerar efeitos significativos contra a anemia.
Vitamina C ajuda a tratar anemia (verdade) – O nutriente pode ser um aliado no tratamento e prevenção da anemia ferropriva, já que ajuda a melhorar a absorção de ferro e, por consequência, reduz o quadro anêmico.
Cozinhar alimentos com prego repõe ferro (mito) – Surpreendentemente, há quem acredite que inserir um prego na panela ao cozinhar alimentos pode ajudar a repor o ferro no organismo. Mas a verdade é que, além de não contribuir para o tratamento da anemia, pode causar intoxicação.
Anêmico deve evitar esportes (verdade) – Embora possa haver indicações médicas para casos específicos, o comum é que a orientação seja para anêmicos evitarem a prática de atividades físicas – especialmente os que exigem maior esforço. A pessoa anêmica tem dificuldade na oxigenação do corpo, logo, pode haver déficit respiratório durante a atividade física.
Toda anemia é causada por má alimentação (mito) – A afirmação não é verídica, já que existem diversas variações da anemia, dentre elas, a ‘falciforme’, de origem genética.
Anemia pode virar leucemia (mito) – Apesar de ambas ocorrerem no sangue, e até poderem coexistir, anemia e leucemia são patologias diferentes. A primeira se caracteriza pela diminuição de glóbulos vermelhos no sangue. Já a segunda descreve uma variedade de tipos de câncer que são originados nos tecidos que formam o sangue, na medula óssea.
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