Após um ano, policial civil acusado de executar motorista vai a júri popular
Após um ano de espera, o policial civil Adans Vale vai para júri popular. A decisão foi tomada na última segunda-feira (23), pelo 3º Tribunal do Júri da Capital. O julgamento tem como base a morte do motorista Sérgio Fragoso Monteiro, de 50 anos, dentro de sua casa localizada no bairro Vila da Prata, na zona Oeste de Manaus, no dia 18 de junho de 2021.
O crime aconteceu durante a “Operação Coalização do Bem” deflagrada pela Polícia Civil em parceria com Polícia Civil do Rio de Janeiro, quando houve os ataques incendiários em Manaus organizados por facção criminosa.
Segundo a esposa da vítima, tudo aconteceu na madrugada. “Acordamos assustados com barulho de arrombamento, foi quando meu marido ligou a luz do quarto para vê o que estava acontecendo na sala da casa. Foi quando ele foi atingido pelo tiro vindo por parte dos policiais, logo em seguir quando vejo meu marido atirado no chão, fiquei aos prantos gritando e já me deparei com um policial em cima de mim com uma arma também querendo me matar e pedir misericórdia para não me matar”, disse a companheira.
A viúva ainda relatou que seu marido não teve tempo de se defender, pois os policiais já chegaram invadindo a casa, “houve uma verdadeira execução, meu marido estava desarmado” ressaltou a esposa.
Captação de Provas
A Audiência de Instrução terminou com o pedido do assistente de acusação do Ministério Público, Vilson Benayon, para que filmagens fossem colocadas nos autos do processo.
“Durante a instrução um dos policiais informou que existia filmagens, solicitamos do Juiz que estas filmagens fossem juntadas aos autos com o objetivo de esclarecer e, principalmente, comprovar que seu Sergio morreu na hora com um tiro de fuzil no peito, caiu morto e os policiais (dupla que entrou na casa) com objetivo de ocultar ou dificultar a comprovação do crime levaram seu corpo até o hospital 28 de agosto, onde foi atestado sua entrada ás 5h40min, comprovando que os policiais adentraram na casa de seu Sérgio antes de amanhecer o dia, um crime em que nós não podemos nos calar.”, disse o advogado Vilson Benayon.