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Governo do Amazonas inicia estudo CovacManaus com aplicação de vacinas em servidores de segurança e educação

O Governo do Amazonas lançou, nesta quinta-feira (18/03), o estudo relacionado à antecipação da vacinação contra a Covid-19 para servidores de 18 a 49 anos das áreas de educação e segurança. A pesquisa, batizada de CovacManaus, visa identificar se a aplicação da CoronaVac em pessoas com comorbidades terá impacto na prevenção de formas mais graves da doença, em Manaus, onde predomina a variante P.1 do vírus. Ao todo, 10 mil trabalhadores da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), da Secretaria de Educação e Desporto e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) efetivos em Manaus participarão do estudo, que terá duração de um ano.

O lançamento do projeto ocorreu em transmissão pelas redes sociais reunindo pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), representantes da Fundação de Amparo e Pesquisa do Amazonas (Fapeam), órgão financiador da pesquisa, UEA e Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Os órgãos falaram sobre a importância do estudo para se entender a efetividade da vacina em pessoas com comorbidades, para a prevenção de variantes, e ainda sobre medidas para a rede de assistência em saúde.

O coordenador da pesquisa CovacManaus, o médico infectologista da FMT-HVD e especialista em saúde da Fiocruz, Marcus Lacerda, valorizou a parceria com o Instituto Butantan, que disponibilizou doses exclusivas para pesquisa. Segundo ele, esta etapa pioneira no Amazonas é avaliada pelos pesquisadores como um estudo de fase 4, levando em consideração um cenário real de vacinação.

“O Amazonas foi pioneiro no estudo com medicações para Covid-19, e agora ele participa do primeiro estudo de fase 4, que é um estudo de vida real. A vacina foi aprovada pela Anvisa, mas esse seguimento da vida real, de pessoas vacinadas, ele é extremamente importante para garantir não só que a vacina não tenha efeitos colaterais desconhecidos, mas também que ela tenha um grande impacto em diminuir a mortalidade dessas pessoas”, destacou.

O vice-reitor da UEA, Cleto Leal, agradeceu às instituições participantes da pesquisa pelo apoio. “É uma missão da Universidade do Estado do Amazonas, não só no Estado, mas pela Amazônia como um todo, na geração de notícias e fatos da ciência diminuindo a questão das fake news. E aproveitar a oportunidade para agradecer a toda a comunidade, que participa dentro das atividades de combate à Covid, UEA e outros voluntários, quer seja na linha de frente, quer seja nos bastidores, como a gente tem feito ao longo desse um ano”.

O secretário executivo de Assistência da Capital da SES-AM, Jani Kenta, destacou a relevância da pesquisa, sobretudo no que diz respeito à preparação do estado na rede de assistência.

“A importância da pesquisa para nós, na assistência, gera a possibilidade de prever o impacto na assistência hospitalar, na rede hospitalar, já que essas pessoas serão acompanhadas e há a possibilidade de a gente prever como nós podemos nos preparar na rede hospitalar com leitos de terapia intensiva e leitos clínicos Covid para os próximos meses, já que a vacina é uma medida preventiva”.

Pesquisa – A pesquisa iniciou hoje (18/03), na Escola Normal Superior (ENS) da UEA, com a vacinação de servidores de educação e segurança de 49 anos de idade. O local funcionará de segunda a sábado, das 9h às 16h, havendo um calendário específico para as faixas etárias dentro da pesquisa. Aos sábados, o local reunirá os servidores que não puderam se vacinar durante a semana.

Na UEA, os trabalhadores elencados devem apresentar, na triagem, documento e laudo médico comprovando algum tipo de comorbidade. Aqueles que não possuem comorbidades também poderão participar da pesquisa por meio da sorologia, feita pelas equipes durante o período de um ano.

“Essas pessoas também são muito importantes porque teremos uma informação de quanto tempo dura uma imunidade ao vírus para aquelas pessoas que já tiverem Covid-19. É importante lembrar que quem já teve Covid-19 também pode entrar no estudo. Só não poderá entrar quem já recebeu alguma dose da vacina”, acrescentou Marcus Lacerda.

Mais detalhes do estudo também serão divulgados nas redes sociais do grupo de pesquisa (@ipccb). A iniciativa contará com uma ouvidoria presencial e virtual (ouvidoria.covacmanaus@gmail.com), para dúvidas, sugestões e críticas.

Doses – O Governo do Amazonas recebeu, na manhã de quarta-feira (17/03), 10 mil doses da vacina CoronaVac para uso na pesquisa CovacManaus. As doses serão aplicadas em duas fases, alcançando 5 mil pessoas com comorbidades. O Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), investiu R$ 2 milhões na pesquisa.

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